O segundo dia do evento, realizado em 22 de maio, teve como foco o tema “Mídias Livres e Tecnologias para Autonomia” e trouxe reflexões importantes sobre o papel da comunicação e do software livre na construção de uma internet mais democrática, segura e participativa.
A programação começou com a Mesa 2 – Mídias Livres e o Resgate da Internet como Espaço Livre e Democrático, que reuniu os convidados Leandro Saraiva, Laurindo Leal, Samira de Castro e Antônio Martins, com mediação de Wilken Sanches. O debate girou em torno da importância de resgatar o espírito original da internet como um espaço de troca livre de informações, com pluralidade de vozes e proteção contra o controle das grandes corporações de tecnologia.
Mesa 2 – Mídias Livres e o Resgate da Internet
Na sequência, os participantes se dividiram em oficinas práticas. Uma dessas foi sobre “Software Livre e o Fediverso” apresentada por Diego Rojas e Thiago Skarnio, aprofundou os debates sobre as quatro liberdades essenciais que definem um software como livre: usar, estudar, compartilhar e modificar. Os participantes discutiram o impacto social dessa tecnologia, que promove inclusão digital, colaboração e desenvolvimento sustentável, e conheceram iniciativas como o Sertão Digital, movimento que busca transformar o interior do Nordeste em um polo de inovação e autonomia tecnológica.
Um dos temas que mais chamou a atenção foi o Fediverso, um ecossistema de redes sociais descentralizadas e baseadas em software livre; ele também foi apresentado como alternativa viável de política pública digital, com destaque para o projeto FediGov, que busca implementar redes sociais públicas baseadas em princípios de soberania digital, proteção de dados e responsabilidade no uso de recursos públicos. Entre as referências indicadas, estão os sites Observatório do Fediverse e Join in Fediverse, que explicam o funcionamento e as vantagens dessas plataformas.
Rodas de Conversa

Tivemos duas sessões para a Roda de Conversa sobre: Soberania no Território – Compartilhamento de Experiências dos Pontos de Cultura uma de manhã, conduzido por Wilken Sanches, fundador do Coletivo Digital, e pelo Eduardo Lima, membro do GT Cultura Digital da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura e membro da Rede de Produtoras Colaborativas. À tarde ela foi conduzida pelo TC Silva, coordenador da Casa de Cultura Tainã, e pelo Célio Turino, um dos idealizadores dos Pontos de Cultura. A fala dessas figuras, que trazem consigo uma história de luta imensa pela cultura, é de extrema importância; além de passar conhecimento, é também manter a acessa a chama da militância, para não perdermos tudo o que foi conquistado.
Falar sobre soberania no território a partir dos Pontos de Cultura é entender que cada comunidade tem o direito de cuidar, viver e decidir sobre o seu próprio lugar. Esses pontos são muito mais do que espaços culturais — são centros de encontro, troca e resistência, onde as pessoas valorizam suas raízes, fortalecem laços e constroem autonomia com as próprias mãos. Com atividades do dia a dia, como oficinas, arte, comunicação e agricultura, os Pontos de Cultura ajudam a mostrar que o território é um espaço vivo, cheio de história e significado.
Oficina
Já a oficina “O Uso do Software Livre na Vida Cotidiana”, com Diego Rojas, apresentou diversas maneiras de introduzir softwares não-proprietários no nosso dia a dia. Foi uma oficina bem dinâmica, dividida entre apresentar softwares livres mais usuais e outros de interesse específico de quem estava presente na oficina. Além disso, ainda houve um destaque para as ações do GT de Comunicação como a articulação do movimento, com a organização da Semana de Software Livre, o Mapeamento e o site do Movimento Software Livre, além de apoiarem a campanha Internet Legal.
O encerramento do dia foi marcado por um encontro descontraído no Coletivo Digital, próximo ao Beco do Batman, com Show do grupo Mano Unica + Set do DJ Charles Zambohead. O encerramento permitiu uma troca de experiências e fortalecimento das redes entre ativistas, comunicadores e desenvolvedores que compartilham o sonho de uma internet mais livre, aberta e inclusiva.
