No dia 23 de maio, terceiro dia do evento, a mesa de encerramento abordou três temas que foram recorrentes em todos os dias de encontro: a soberania digital, a regulamentação das plataformas e o Programa Cultura Viva. A mesa teve como objetivo entender como as discussões que envolvem esses temas, podem ser encaminhadas hoje em dia.
Mesa 3 – Soberania, Regulação de Plataformas e a Cultura Viva
Entende-se a soberania digital como a possibilidade de usar a internet e os recursos digitais, como os aplicativos, de forma autônoma, ou seja, sem precisar se submeter a acordos que prejudiquem porexeplo a privacidade dos usuários em detrimento da venda dos seus dados. As grandes corporações tecnológicas, como a Microsoft, o Google, a Meta, Amazon, entre outras, possuem uma base de dados adquiridos pelos produtos que fornecem de forma “gratuita” e que estão presentes na vida de quase todos nós. O problema é que ao fazerem isso, apropriam-se dos nossos dados e os utilizam para gerar lucro. Essa atitude reforça um consumismo que não valoriza a criatividade e a individualidade, mas, sim, a repetição e a frivolidade. Em outras palavras, ao poucos emburrece a sociedade.
Nesse sentido, o segundo assunto – a regulamentação das plataformas – associa-se perfeitamente, uma vez que frente a esse cenário, a atitude mais plausível é a regulação. Pense: simplesmente impossibilitar que essas empresas existam não faz sentido, já que fere a lógica da livre iniciativa, só que regulamentar o que essas empresas podem ou não fazer faz parte da sociedade moderna.

Procurando uma maneira de permanecermos on-line, e de termos os nossos direitos assegurados, a regulamentação das plataformas, surge como uma possível luz no fim do túnel. Já que não é mais concebível a ideia de um mundo sem tecnologia, o mais justo é desenvolvermos regras sobre como elas podem usar nossos dados e como deve respeitar as leis de cada paísque atuam.
Por fim, o Programa Cultura Viva se fez presente para reforçar a importância da iniciativa governamental a fim de fortalecer a cultura brasileira, com destaque para a cultura digital, ou tecnológica, base das discussões desses três dias de encontro. O programa visa fortalecer as culturas populares e tradicionais por meio de financiamento e assistência técnica, estimulando, assim, a produção cultural no país.
Encerramento
O 1º Encontro Nacional da Rede Sacix trouxe diversos debates importantíssimos sobre a cultura e o processo de inclusão digital no país que não podem mais ser negligenciados. Nós, não só enquanto movimento, mas também enquanto sociedade, precisamos nos posicionar e pressionar o governo e as grandes corporações para garantirmos os nossos direitos! Temos que lutar juntos para garantir um mundo mais justo, mais transparente, o mundo em que todos exerçam sua completa autonomia.